quinta-feira, janeiro 31, 2008

Jantando comida típica.


Nada como o ambiente certo para uma noite agradável com os amigos. Então que tal um pratinho gorduroso com, claro, batatas? Um colega meu me perguntou no jantar: "Como é que esses alemães ficam tão grandes comendo batata?"
Não tenho a resposta para o enigma, mas adianto que eles adoram também carne de porco. Você também pode estranhar o fato da comida ser bem apimentada. Alho não é um tempero muito popular por estas bandas.

Não sei se alguém já lhe disse, mas acomida aqui dá muitos, mas muitos gases.
Leva um tempo para o seu metabolismo pegar o jeito de digerir as novidades. Então é comum sua barriga borbulhar e outros gases menos desejáveis se manifestarem nas primeiras semanas... Não se preocupe, pois é normal.

Meu prato, por garantia de minha saúde foi knusprig gebateteng gemüsemaltaschen mit feinem lauch und kartofelln salat. Entendeu o que é? Uma massa com salada e, claro, batatas. A única opção vegetariana do menu.
A decoração do restaurante é um capítulo a parte, que as imagens descrevem por si só.

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Se essa rua fosse minha...


Eu mandava limpar. Isso eu acabei não comentando antes, mas minha rua, na verdade o quarteirão não é um dos mais limpinhos de Berlim. Isso é um aviso aos futuros visitantes: Cuidado com o cocô de cachorro!! A cidade está repleta disso.

Até no metrô você pode ser surpreendido. Uma amiga por pouco não pisou em um... E tenho a impressão de que há uma maior concentração nas redondezas onde moro, o que não me causou a melhor primeira impressão do mundo ao chegar...

Mas falando especificamente na minha rua, já encontrei por aqui desde garrafinhas de Schnaps (a pinguinha local), cartuchos de balas de revolver já disparadas e, anteontem, um simpático colchão de casal com uma cuequinha por cima, que ainda não desapareceu.

É relativamente fácil encontrar colchões pelo bairro. Não me pergunte o porquê. Quando chegamos também haviam muitos pinheirinhos abandonados depois do Natal, que só foram aumentando com o passar dos dias. Só na semana passada é que foram recolhidos. Um dia depois deste post ser escrito, a cuequinha sumiu. O colchão permaneceu no lugar.

Jubileum


Hoje foi o último dia de aula no Goethe Institut. Vai deixar saudades. Não pelo simpático figurino do professor que ilustra este post. No Brasil, ninguém teria coragem de se vestir assim. E, no fim das contas nem é tão escandaloso quanto pode lhe parecer.




Cada povo combina cores e modelitos de acordo com uma estética toda própria. Mas a maneira como Detlef ( nome que só vi aqui) se veste é tão alemã em sua simplicidade que merecia estar aqui. São essas pequenas sutilezas que separam nossas culturas e tornam uma viagem dessas tão interessante.

terça-feira, janeiro 29, 2008

Das Phantom...


Hoje enfim fomos ao cine Babylon assistir ao Fantasma da Ópera, filme de 1925. Uma experiência muito boa, pois o cinema é de rua, daqueles grandes, com segundo balcão.

Espaço de produções cult e alternativas como o filme cujo cartaz fotografei aqui. A tela, veja só , é quadrada. Mas sabe o melhor? A música para esse filme era ao vivo. E isso faz toda a diferença. Semanas atrás eu fui curtir o ápice da tecnologia num I-Max 3D. Hoje eu saí tão empolgado quanto naquele dia.

A experiência é outra, o clima é outro, mas não deve em nada quando o assunto é o prazer de curtir um bom filme da melhor forma possível. O músico ( de fraque, por sinal ) executou durante o filme (mudo) a trilha num órgão que, por menor que fosse, supera em qualidade o som digital de qualquer Multiplex.

Ontem voltavamos de Angouleme e fizemos escala em Paris. Como tinhamos algumas horas antes do vôo, visitamos a Catedral de Notredamme, cenário do clímax do filme. Não poderia ter havido coincidência mais generosa.

segunda-feira, janeiro 28, 2008

De volta ao ar!!!


Você que acompanha o blog deve ter percebido que ele ficou alguns dias fora do ar. Mas foi por uma boa causa. Estava preparando meu novo site oficial, onde inclusive você pode acessar a galeria de Reisetagebuch, com os primeiros desenhos criados para o projeto. Visite: www.joseaguiar.com.brOutro bom motivo é que fui para a França no fim de semana. Lá eu cobri o Festival de Angouleme, o maior festival de quadrinhos da Europa, para o site Omelete, onde sou colaborador. Ainda nesta semana, a matéria entra no ar!
Por aqui, voltamos a programação normal com curiosidades germânicas!

domingo, janeiro 20, 2008

Bobby e seus vizinhos.


Voltando a falar do museu de história natural, gostaria de apresentar-lhes Bobby, um gorila que morou no Zoo de Berlim entre 1928 e 1935, quando faleceu e foi empalhado. É perturbador ver um animal, ainda mais um tão parecido conosco, lhe encarando como se estivesse vivo ainda. Eu fiquei tão vidrado que nem percebi que ali perto havia um exemplar de Dodô, animal extinto ha mais de um século.

Ao fim da exposicão, no piso superior do museu, a placa abaixo advertia para não entrar nas demais salas. Através do vidro das portas haviam muitos, mas muitos outro animais empalhados em vitrines de armários que formavam um zôo macabro. Avestruzes e outros pássaros varidos foi o que deu para identificar no escuro. Em cima do armário sobre a placa, com algum esforço você vai poder identificar o couro de um crocodilo.

Ah, esses brasileiros...


Hoje foi dia de visitar o que sobrou do famoso Muro de Berlim. Aquele que dividiu a Alemanha em Oriental(lado comunista) e Ocidental(lado capitalista). Ele foi enfim demolido em 1989 e hoje existem vário pedaços dele espalhados por Berlim. Em alguns lugares foi preservado o traçado nas calçadas, indicando onde havia o terrível muro. Nós vitamos um grande trecho que ainda está de pé. O muro havia sido pintado por artistas e hoje está mais do que pichado pelos turistas que por lá passam. Como pode perceber na primeira foto, alguns vizinhos meus fizeram questão de marcar presenta com os dizeres: "Conhece Curitiba?" Frase estratégicamente escrita junto a uma velha placa que pede para que se preserve as obras do muro, pois o lugar é um memorial.

Bem, ninguém mais leva a sério esse tipo de advertência por aqui. Alguns artistas até colam algumas interferências para aproveitar o espaço e divulgar seu trabalho.
A outra imagem mostra que mais curitibanos passaram por aqui. Para quem não sabe, Coxa é o apelido do time de futebol Coritiba. Hoje éramos três, mas eu não tive a mínima vontade de rabiscar algo ali. O muro, símbolo de tanta coisa ruim que já aconteceu por aqui hoje é só mais cartão postal. Mas poderia ser até pior. Lembre de outro post que tem tudo a ver com isso aqui.
Ali perto eu fui agredido por um ciclista. Ele passou por mim e me deu um tapa na cabeça. Antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, ele foi embora. Deve ter descoberto que eu era de Curitiba...

Dinossaurer!


Ontem foi dia de visita ao Museum für Naturkunde (museu de história natural) e de um encontro esperado desde a infância com os répteis gigantes. Falando em infância, nunca vi tanta criança na Alemanha como nesse museu. Ha vinte e cinco anos atrás, nosso amigo Sven, que junto com sua namorada Maria nos levou ao museu,era uma dessas crianças que corriam entusiasmadas entre toneladas de ossos. Sim, os dinossauros são a grande atração e não nego a empolgação de estar diante deles, mas há muito mais a se ver por lá: enormes exposições de minérios e meteroritos e outra com animais empalhados do mundo todo. Há até um ala explicando passo a passo o processo para eternizar os animais. Quando falo em eternizar, falo sério.

O leão que aparece na vitrine atrás do busto de Charles Darwin foi abatido no século XVIII. É fascinante mas muito triste ver uma exposição dessas, retrato da nossa necessidade de organizar e catalogar tudo. De brinde, mais dinos:

Maravilhas televisivas - p03


Eu já havia lhe mostrado um interessante game show onde moças em trajes sumários desafiavam o expectador a encontrar um animal com as letra "ei" no nome. Pois não é que encontrei outro programa com a mesma idéia genial? O problema é que o desafio estava em encontrar um bicho com quase nenhuma letra, como você pode conferir na foto ao lado...

O rosto de desgosto da apresentadora é impagável. Pelo menos nas diversas zapeadas que dei por ali, ninguém ligava para responder... Será pela dificuldade ou porque a apresentadora era mais comportada? Em outro canal, um pouco mais ousada no figurino e com enquadramento mais abrangente, outra apresentadora apresentava uma palavra-cruzada muito além da minha compreensão de alemão. A pobreza de ambos os programas, cenário com um quadro branco e milhões de informações passando pela tela, é a mesma.

sábado, janeiro 19, 2008

Ainda sobre o museu de cinema



















Fora os monstrinhos comentados abaixo, o museu possui uma excelente ala de 3 andares sobre o cinema alemão. Ver os storyboards de Metrópolis, filme de Fritz Lang é desconcertante. A maquete detalhada do estúdio onde foi filmado O Gabinete do Dr. Caligari (filme de 1919) foi emocionante, pois este é dos meus filmes favoritos. Inclusive o adaptei para os quadrinhos numa versão escrita pelo amigo Gian Danton. Essa HQ sairá em breve no livro Quadrinhofilia. Novidades, eu divulgo logo, logo.

O estúdio possuía paredes de vidro para permitir a entrada da luz solar. Havia até a inusitada partitura do Fox-Trot do Caligari! Boa parte dos clássicos como M - O Vampiro de Düsseldorfou os Os Nibelungos, tem documentos, roteiros originais e maquetes ilustrando o seu processo de criação.

A imagem que ilustra este post é uma ilustração que fiz de Louise Brooks. Musa doo cinema mudo, e um dos mais belos rostos do cinema, imortalizada no clássico filme a Caixa de Pandora. Falando em musas, Marlene Dietrich tem muito espaço no museu. Documentos, figurinos originais e até as malas de viagem da atriz montam um panorama da sua carreira. A mostra sai do cinema mudo e chega até o cinema alemão dos anos 90. A última peça é um manequinm que traja as roupas da atriz Franka Potente em Corra Lola, Corra. A peruca vermelha é falsa. Mas a roupa parece ser toda original.

Pão e chuva


Desde ontem tem chovido por aqui. Hoje então, choveu muito e o dia todo. A singela foto ao lado mostra uma cena comum em qualquer lugar do mundo. A venda de guarda -chuvas é sempre sucesso em dias assim. No Brasil sempre pipocam vendedores do nada para nos salvar de intempéries inesperada. Não sei se o mesmo ocorre aqui. Mas aparentemente não.
Já a outra, faz coro com o meu post abaixo, onde comento como há propagandas insinuantes por aqui. A imagem está péssima ( me desculpe) pois foi tirada de dentro do ônibus e os vidros estavam mais que embaçados. É uma propaganda de pão num caminhão que seguia a nossa frente. Amplie para ver melhor:

Proibido fumar!


Desde o começo deste ano é proibido dar umas tragadas em locais públicos. Essa é uma lei polêmica, pois o alemão fuma bastante. Há máquinas que vendem cigarros até na rua. Nem todos os lugares, principalmente estabelecimentos pequenos, obedecem. Para quem não fuma, como eu, é ótimo. Pois como é inverno, janelas estão sempre fechadas para manter o calor da calefação.

Debates televisivos põe em conflito quem tem seu vício e quer manter a liberdade de fazer o que bem entende e quem defende a saúde e o respeito com quem não fuma. Num debate que vi, o representante da saúde não parecia estar levando a melhor. Elegantemente trajado com uma gravatinha borboleta vermelha, ele não transmitia muita credibilidade. A máquina que vende cigarros com o sugestivo anúncio abaixo certamente não teria sido aprovada no Brasil. Aqui não há fotos de pessoas com câncer nesses anúncios. A publicidade aqui gosta mesmo é de ser mais insinuante.

Beowuf 3-D


Sexta-feira foi mesmo o nosso dia cinematográfico. E não é que voltamos ao cinema 3-D com uma amiga para ver o tal do longa em três dimensões? A experiência foi interessante de algumas maneiras inesperadas. O filme em si não era todo projetado com essa tecnologia. Foi meio decepcionante durante a primeira metade, pois estava em widescreen, não ocupando a tela cheia.

A tela é gigante e num formato quadrado. Mas isso foi didático e deu para perceber quando um filme é adaptado para esse tipo de projeção e quando foi pensado para explorar todos os seus recurso. Nos últimos 15 minutos o filme encheu a tela e fomos aí sim brindados com um belo espetáculo.

Mas o mais importante de nossa ida ao cinema foram os "causos" vividos. Ao chegar na bilheteria pedimos os ingressos com desconto para estudantes. Não havia desconto. Pagamos o preço normal e depois, lendo o prospecto, constatamos que nos foi cobrado a mais do que o preço descrito no papel. De volta ao caixa, a explicação (escrita no folheto) foi a de que nesse filme nós pagávamos APENAS uma taxa extra de 1,50 Euros a mais. Ainda achando estranho pedir desconto e ter o privilégio de pagar a mais algo meio sem lógica em nossos cérebors tupiniquins, fomos ao filme.

Uma hora de projeção e o filme pára. As luzes acendem e pensamos: "Ih, estragou o projetor!!". Aí entram dois funcionários e um fala: "Alguém quer sorvete? É a última chance!!"Isso mesmo! O filme deu uma pausa para que os rapazes, munidos de uma cestinha com a logo da Kibon (que aqui tem outro nome) arrecadasse mais uns trocados. Dez minutos depois, voltamos ao filme. Por aqui é normal pausa no meio de peças teatrais para que o público mate fome e sede. Em alguns cinemas também se vendem guloseimas dentro das salas de projeção. Mas nunca tivemos notícia disso no MEIO do filme. É muito anticlímax e quebra totalmente a suspensão de realidade que poderíamos estar apreciando. Na foto, os funcionários em ação com seus sorvetes. Com atenção você consegue ver a cestinha.

Alegria de Titãs


No mesmo museu dos posts anteriores, fotografei esta tela do italiano Giuseppe Cesari pintada entre 1504 e 1508. A cena reproduz a épica batalha grega de Perseu com o monstruoso Kraken, prestes a ceifar a vida da bela Andômeda.
Eu conheci a história através de um filme que marcou minha geração em inumeráveis reprises na TV : Fúria de Titãs.

Foi o último filme realizado pelo mestre dos esfeitos especiais Ray Harryhausen. Entre os anos 50 e 70, ele foi simplesmente a última palavra quando o assunto era criar filmes de fantasia. Em especial os que tinham monstros. Jasão e o Velo de Ouro e a trilogia do marujo Simbad são outros dos seus clássicos. Mas por que estou discorrendo tão entusiasmado sobre o assunto?

Estive na FilmHaus, o museu de cinema de Berlim, numa exposição fixa com a obra (leia-se os bonecos usados por Harrihausen) em seus filmes. Um corredor (com monstros gritando e a trilha sonora de Bernard Herrman sempre ao fundo) com criaturas expostas em vitrines com cenários que lembravam os filmes pode não parecer muita coisas ao ser descrito num texto, mas valeria por si só a visita ao museu.Depois falo do resto. Lá há também uma réplica do estúdio (com equipamentos reais de como funcionava o método de animação stop-motion, feita quadro-a-quadro, chamado de Dynamation.

Quem lembra de personagens como Calibus, Minaton, Babuíno, Pégasus (o cavalo alado de Perseu), Troglodita, esqueletos guerreiros e a clássica Medusa vai entender a empolgação deste post. Infelizmente, por ser particular, o museu não permite tirar fotos. Por isso o quadro que ilustra o texto, oportunamente fotografado na noite anterior.

quinta-feira, janeiro 17, 2008

O primeiro celular da história...


Vendo uma exporsição como essa, é possível se dar conta de como a arte do ocidente teve suas idas e vindas desde a Idade Média até o séc XVIII. Havia desde detalhes que lembravam o Art Nouveau em telas com 400 anos até surrealismos bem antes do século XX. Mas surreal mesmo é se dar conta do quanto o nosso olhar é influenciado por nosso cotidiano. Fora de contexto, sem a ajuda de alguém para explicar o significado das obras, é claro que que vamos nos valer do nosso repertório para analisar as obras. Piadinhas sobre beleza, poses duvidosas e proporção de figuras são inevitáveis.

O que dizer então do simpático celular que o amigo que ilusta este post segura de maneira tão publicitária?
Celular nada, é um pequenina bíblia num ângulo estranho. A imagem é detalhe da tela do espanhol Juan de las Roelas pintada em algum lugar entre 1554 e 1612. Detalhe: Para não ficar fazendo suposições engraçadinhas como eu, saiba que muitos museus dispõem serviço de audio-guias. Você paga uma taxinha e anda com um fone onde pode ouvir explicações sobre cada trabalho exposto em seu idioma favorito. Menos em português, não sei o porquê.

Retrato de um alemão.



Quinta-feira tem museu de graça por aqui. Nas quartas há alguns que também oferecem essa tentação. Normalmente os museus funcionam entre 10h e 18h. Nessas noites especiais, ficam abertos até as 10h. Fomos ao Kulturforum para ver uma exposição chamada Disegno. Estava fechada e ficamos "apenas" com o acervo da Gemäldegalerie ( galeria de pinturas), que fica no mesmo prédio. Giotto, Boticelli, Rubens, Rembrandt, Bosch, Vermeer, Bruegel e Caravaggio num só lugar é muito para a cabeça.

Foram 03 horas só para dar uma passada geral e tentar recuperar os neurônios mortos de minhas aulas de História da Arte. O nome deste post é o do quadro que ilustra este texto. Pintado em 1515 pelo norueguês Jacopo D'Barbari. Já que estou retratando os alemães, nada mais apropriado, não acha?

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Amerikaner Comics


Meu colega brasileiro, Charles, encontrou o seguinte tesouro no porão da casa onde mora: Quadrinhos da Marvel Comics publicados na Alemanha nos anos 80. São aventuras do grupo Vingadores, que li no Brasil na extinta revista Heróis da TV quando eu tinha uns 15 anos, imagino. Muito estranho encontrar isso por aqui... Ele está usando esse almanacão para praticar seu alemão. Eu chamo a ediçào de almanação devido ao número de páginas. Ele é um pouco menor do que os tradicionais gibis em "formatinho" publicados no Brasil. Segundo a capa, é um livro de bolso.

Aqui na Alemanha super-heróis são populares e são publicados pela mesma editora que no Brasil, a multinacional Panini. Mas é bem mais fácil encontrar quadrinhos Disney e os franceses Luky Lucke e Asterix em quiosques e bancas. Hoje, por sinal encontrei um Comic Shop quase em frente ao Goethe Institut. Breve mando notícias de lá.
Meu colega diz que no porão há outros tesouros esquecidos. Espero que que ele os descubra logo! De brinde, a segunda imagem é a de uma propaganda tirada da mesma revista: o gibi alemão do fabuloso GRUPO X, ou como chamamos hoje em dia "Équismen". Eu sou leitor do tempo dos "Xismen"...

terça-feira, janeiro 15, 2008

Quando a gente volta?


Essa foi a frase que veio a minha mente quando a acabou a sessão no cine I-Max 3D no Sony Center. Fomos assistir a Beowuf, superprodução em computação gráfica, com medo de que os documentários fossem chatos. Mas mudou a programação e hoje não tinha sessão desse filme e mesmo temerosos decidimos arriscar. Ledo engano tanto receio: ter os meus sentidos enganados por 40 minutos vendo dinossauros aquáticos foi uma experiência muito boa. Sem falar nos sustos. Vimos Urgiganten der Meere, documentário da National Geografic e adoramos. Mas o mais impressionate são as filmagens com atores reais com efeito tridimensional.

A imagem deste post não tem nada a ver com isso. É um cartaz de uma ficção científica filipina (!) no cine Babylon, que visitei hoje. Um antigo e belíssimo cinema de rua, com programação alternativa. Inclusive filmes mudos com música executada ao vivo no piano. Programa obrigatório para logo! Afinal, nem só de euforia tecnológica vive meu lado cinéfilo.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Por que Reisetagebuch?


Reisetagebuch significa caderno de viagem. Aqueles onde os viajantes registram suas impressões dos lugares por onde passam. Na Europa há vários publicados por artistas. No Brasil, a editora Casa 21 é a casa deles. Inclusive ajudei no que retrata minha cidade natal, Curitiba. De certa forma, este blog é uma extensão do meu caderno.

A Alemanha aconteceu para mim por influência de minha esposa Fernanda, que sempre apreciou e estudou a língua alemã. Em 2006 ela ganhou uma bolsa de estudos na Universidade de Leipzig onde moramos por um semestre. Foi minha primeira incursão além-mar... Sexta-feira fez uma semana que chegamos para esta segunda temporada em terras germânicas e, acredite, muito foi feito em tão pouco tempo. Essa lista de tarefas incluiu, adaptação, localização, algum turismo e aulas todas as tardes, que seguem até o fim do mês.

Um pouco disso você pode acompanhar aqui. Infelizmente essa correria não deu tempo para que novos desenhos fossem criados ainda. Mas a coleção de fotografias e impressões já está fervilhando em minha cabeça. Em breve começo a postar aqui o processo de criação, assim que ele estiver maduro. A cidade de Berlim ainda é muito nova para mim, há muito a descobrir e compreender. E não falo só do idioma...

A imagem que ilustra este post é o convite da primeira exposição de Reisetagebuch, realizada em dezembro de 2006 em Curitiba. Eu já estava me sentindo incomodado com a ausência de desenhos por aqui. Ela serve de aperitivo do que você pode esperar para a próxima leva de imagens que irão compor a nova exposição e o futuro livro. Ou não, pois posso mudar completamente a concepção das imagens desta vez.:-)

domingo, janeiro 13, 2008

Uma linda parada



Literalmente falando, não acha? Era uma das estações no caminho entre Berlim e Leipzig pelas quais passamos neste domingo. A volta foi por outro caminho.

Tapete de gelo


Confesso que esperava encontrar neve em todos os cantos por aqui. Que nada... Nevou só uma vez desde que chegamos , frustrando minha expectativa de retratar Berlim coberta de branco.

Na verdade, nevou uma segunda vez, mas não conta, pois derreteu cinco minutos depois. Estamos estranhando que as plantas estão até bem verdes, por sinal. Os dias tem sido frios, mas no geral até ensolarados. Os nativos não estão reclamando, claro. Bem diferente de nossa primeira vez por aqui, quando nevou em março.

De consolo, eis uma imagem tirada de uma ponte em Leipzig, sobre a água congelada de um lago do Klara Park. Entre garrafas, pedras e galhos enfiados no gelo, este tapete com certeza vence o prêmio originalidade.

Ainda no banheiro de Leipzig


Singelo, direto e eficiente. Nada mais adequado para um mictório masculino.Teste sua pontaria e marque um golaço!

Pelo que pude notar, os alemães tem certo gosto por piadas de banheiro. Há muitos cartuns e postais com esse tema por aqui.

Como usar o banheiro em Leipzig



Eis que banheiro masculino me surpreende novamente ao fechar a porta do reservado...
Seguindo as instruções nem é preciso traduzir, não acha?

Zurück nach Leipzig



Hoje visitamos a cidade de Leipzig, que fica a cerca de 200 km de Berlim. Minha esposa e eu moramos lá em 2006. Foram 06 meses onde fizemos bons amigos. Alguns dos quais pudemos rever hoje.

É muito estranho dar uma de turista num lugar onde você já viveu. A estátua da foto, na verdade a lápide de um túmulo, fica lá no fundo da ThomasKirche ( Kirche significa igreja), atrás dos bancos. Essa é a igreja onde também estão sepultados os restos do compositor barroco Johann Sebastian Bach. Infelizmente não encontrei nenhuma plca indicando quem era o nobre "cavaleiro" por ali. Este foi o último lugar que visitei por lá, horas antes de retornar ao Brasil.

Durante seis meses protelei a visita, pois era o meu "caminho da roça" e eu sempre passava por lá com pressa pois era caminho para o colégio. Era 31 de agosto de 2006
e marcamos de nos despedir de uma amiga ali por perto e estávamos sem camera para registrar o amigo que repousa discretamente longe dos olhares dos turistas que buscam relíquias de Bach. Agora essa frustração foi resolvida.

Outra curiosidade desse dia foi que havia uma equipe de tv filmando no local. No aeroporto de Frankfurt, esperando nossa conexão para São Paulo, adivinhe qual matéria assistimos no telão da sala de embarque?

sábado, janeiro 12, 2008

Um chocolate mais que estranho!


A KaDeWe realmente é surpreendente! Mas isto superou qualquer expectativa minha de surrealismo. Umas das cenas mais marcantes da história do século XX vendida em formato de barra de chocolate por 3,98 euros!

A foto é a de um soldado anônino que guardava a fronteira na antiga Alemanha Oriental no pós Segunda Guerra Mundial. Ele foi flagrado no momento em que, durante sua ronda, decide fugir para o lado Ocidental.

No supermercado é possível comprar chocolates bem gostosos por alguns centavos. Obviamente este voltou para a prateleira. Detalhe: Lá na KaDeWe, era proibido fotografar. Mas eu precisava compartilhar isso e o urso abaixo com você.

Ka-De-We !


Quem diria, que eu iria passear num dos complexos de compras mais chiques da cidade?Lá eu esbarrei com este singelo urso de chocolate com 1,20m de altura e 160kg em meio a um andar dedicado as mais variadas guloseimas imagináveis.

KadeWe é a sigla para "Kaufhaus des Westens", algo como "a loja de compras do ocidente". Sim, o nome não é singelo e pensando bem, o urso da foto também não... Tampouco os preços ou o edifício, templo de consumo gigante( há outros impérios das compras por aqui) onde me concentrei no andar gastronômico.

Lugar para comprar e ao mesmo tempo comer, pois há espaço para muitos quiosques para degustar entre muita mercadoria. E andar por lá realmente cansa. Até ensaiei olhar a sessão de DVDs, mas não tive paciência ou pernas.

Um antepassado...



Dando a volta na quadra de onde morou Olga Benário, não é que cruzamos com a rua que homenageia um dos precursores dos quadrinhos? Definitivamente estou gostando do bairro. Neuköln é um bairro com mais cara de subúrbio. Köln é o nome da cidade alemã que no Brasil é conhecida pelo nome de colônia. Já a nova Köln é um pequeno pedaço da Turquia em meio a Berlim.

Mas falando de Busch, ele criou os antológicos Max und Moritz, dupla de moleques encapetados que aprontavam as mais absurdas travessuras. Por aqui é possível encon trar coletâneas do seu trabalho e inclusive alguns licenciamentos.

Já vi frango assado de Max und Moritz, roda-gigante Max und Moritz num parque e hoje também, passei em frente a um restaurante com o nome deles. Se lembrar a rua ( eu estava de ônibus) vou tentar voltar lá. Acho que era a Oranienstrasse... Na mesma rua até havia um comic shop. Outro motivo para me aventurar por aquelas bandas.

Stolperstein















Andando pela Alemanha você certamente irá passar por alguma pedrinha como essa. As Stolperstein são pequenas homenagens ao judeus vítimas do holocausto, colocadas diante da entrada das casas onde estes viveram em algum momento de suas vidas.

Cerca de 11 quadras ( as quadras aqui geralmente são bem grandes)de nosso apartamento, na Innstrasse n. 24 fica a recém colocada pedra que homenageia Olga Benário, ativista comunista que morou também no Brasil, onde foi presa por suas atividades subversivas e extraditada para a Alemanha no auge da II Guerra Mundial, onde acabou assassinada num campo de concentração nazista em 1942.

A vida dela foi retratada alguns anos atrás no filme Olga, que achei um tanto novelesco, mas que fez sucesso no Brasil. Segundo o jornal Berliner Woche na edição de 09 de janeiro, existem mais de 7500 Stolperstein no país e cerca de 1300 só em Berlim.

Maravilhas Televisivas - p02















Depois da meia-noite, ao zapear um pouco esbarramos com um simpático programa ao vivo, apresentado por duas moças elegantemente trajadas para a noite.

O cenário incluía uma cama cor-de-rosa e até lareira falsa, daquelas onde o fogo crepitava numa tela de tv. Bom, sobre o que mesmo trata o dito programa?
É uma espécie de game show onde o telespectador liga e tem que responder a perguntas como a da imagem que ilustra o post: Animais que tem "ei" no nome. Um rapaz ligou e ganhou 530 euros, que a apresentadora loira fez questão de guardar para ele em seu sutiã. Depois o cartaz do cenário caiu e ela teve que ir buscar uma fita adesiva enquanto sua colega matava o tempo entre uma pose sexy e outra.

Cenário consertado, entra em cena um homem com uma fivela de cinto em forma de revolver que fotografa a apresentadora loira em poses duvidosas. Quando ambas começa a tirar o cinto do homem, dizendo o quanto aquele revólver era sexy, achamos que era enfim a hora de desligar a tv e dormir...

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Não faço a mínima idéia...


...do que siginifica este cartaz. Mas achei genial. Enfim, a linha U-8 continua revelando surpresas para a alegria deste blog. É muito comum camadas de cartazes sobrepostos, criando papéis de parede estilosos em locais de muito acesso, seja de humanos ou não. Hoje vi um pombo na beira de uma escada rolante da estação de metrô em Alexander Platz, dois andares abaixo do solo. Não pude fotografar, pois o tráfego de humanos estava muito intenso. Um colega do Goethe, também brasileiro garante que ontem viu uma ratazana correndo por lá. O normal são mesmo os cães, que viajam tranquilamente com seus donos.

Ainda no Cinema...


Fomos assistir ao filme Berlin am Meer. Um draminha teen que tenta retratar a nova geração berlinense com seus dilemas e "muita azaração". Semana passada passamos pelo cinema e estavam estendendo o tapete vermelho para a premier do dito flme. A meta era ver um filme que certamente não irá entrar em cartaz no Brasil. Então, a novidade do momento era a opção lógica! Felizmente ganhamos convites para hoje. Eu teria ficado chateado em pagar por um filme assim. Detalhe 1: antes do filme são 10 minutos de propaganda ( inclusive de seriado de tv) e mais 10 minutos de trailers antecedendo o longa!Filmes estrageiros aqui, todos dublados no idioma nativo!