segunda-feira, abril 21, 2008

Vida de Cão


Eu já havia comentado aqui que existe um benefício por parte do governo alemão para quem tem um cão. Muito popular entre os punks em especial. Mas falemos do cães em geral e de sua vida em terras germânicas. Um mistério que me fascina é: como é ter um cão enorme em seu apartamento durante todo o inverno? A maioria dos caninos que vi circulando por lá é de um tamanho considerável.

Pelo que pude notar, há uma preferência pelos "modelos" de pêlos mais longos. No inverno a quantidade de cães passeando por aí não é muito grande. Mas a partir da primavera os gramados passam a ser cobertos de cocô colorido, fruto de muita ração: sinal que começou o desfile dos cães e seus orgulhosos donos. Lá eu não vi ( mas isso não quer dizer que não existam) nenhum cão de vira-lata pois, na minha opinião, eles não sobreviveriam a duas coisas:

1. Aos rigores do inverno.
2. A separação do lixo em containers que eles não conseguiriam ter acesso em busca de comida.

E, já que os mascotes passam boa parte do ano confinados com seus donos, nada mais natural que eles sejam bem comportados pois são encaminhados para escolas de adestramento ainda folhotes. Raramente vi algum latir. Fora os tradiconais casos de estranhaento entre eles, os bichos são muito quietos e obedientes. Só vi dois fora da guia, mas sobre eles conto no fim do post...Sempre há algum amarrado no poste, sentado a espera do dono com cara triste ou resignada. Mas em alguns lugares públicos eles entram numa boa. No transporte público eles são figura recorrente. Até em livraria já esbarrei com cães, como prova a imagem acima. As pessoas não ligam. É normal.

Mas uma vez no metrô de Berlim, numa tarde chuvosa, entrou no vagão uma mulher acompanhada de seu encharcado amigo. O trem, claro, estava lotado. As pessoas, claro, foraram um círculo para manter uma distância aceitável daquele cheirinho de cachorro molhado. Era uma cena bem patética, com todo mundo tentando educadamente ignorar a presença do bicho sem expressar seu descontento. Mas as expressões de alívio quando mulher e cão saltaram duas estações depois foram impagáveis...
Enfim, pessoas e cães se dão muito bem por lá, salvo excessões. Veja a acima, tirada da vitrine de outra livraria: o aviso para não defecar na entrada é um lembrete aos donos que às vezes esquecem que seus simpáticos mascotes deixam lembranças coloridas e desagradáveis onde não deviam. Eu já havia comentado que minha rua era cheia dessas lembranças, não? Noutra loja, havia um pincher empalhado junto a plaquinha que dizia ser proibida a entrada de cães no estabelecimento. Essa eu lamento muito não ter fotografado...

Mesmo com toda a educação canina, minha esposa e eu passamos dois sustos com os cachorros germânicos: o primeiro foi quando fizemos um picnic no parque. Um grandalhão veio na direção dela e rosnou para o sanduíche. Ela jogou longe e ele abocanhou o dito de uma vez só. o segundo foi quando passeávamos no bosque com uma amiga e um veio correndo de longe e ficou nos circulando. Felizmente em ambos os casos os donos chamaram seus cães de volta. Sim, eram esses os cães que passeavam fora da guia que citei antes...
Enfim, cão é cão em todo lugar e sempre é bom tomar cuidado.

sexta-feira, abril 18, 2008

01 armário e 01 euro


Cena comum na biblioteca Albertina no fim de tarde: Desolação total.
Armários vazios e papel espalhado por todos os cantos. Parece que todos fugiram de uma só vez. Bom, perto da hora em que a bibilioteca encerra seu expediente esses corredores com armários são uma verdadeira maratona. Gente guardando e retirando suas coisas, lanchando sentados ali mesmo...
Pouca gente conversa pois esses corredores são espaço de correria mesmo. O lanche mais popular é a maçã. A cantina local oferece alguns sanduíches e tortas, mas a maioria dos freqüentadores leva o seu lanche de casa mesmo. Simples, rápido e, as vezes, limpo. Tem algumas pessoas que infelizmente não colaboram com a limpeza, claro, mas o grande vilão da limpeza eram os flyers de festas distribuídos diariamente.

Detalhe importante: as vezes podia-se encontrar uma moedinha de 01 euro na fechadura dos armários. Isso porque eles não usam só chaves. Você deposita a moedinha para poder liberar sua chave. Recurso utilizado também em museus, por exemplo. Daí a importância de sempre ter uma moedinha de 01 euro a mão. Porém, mais importante ainda era não esquecê-las ao ir embora. Sim, o armário é bonzinho e devolve seu dinheiro. Provavelmente a moedinha é um seguro para o caso do armário precisar ser arrombado, caso você perca a chave. Será?

Motoca Mutante


Na Hardenbergstrasse, a rua onde morava em Leipzig havia uma moto muito pitoresca. Não sei se você sabe, mas garagens são raras na Alemanha e os veículos ou ficam na rua, ou nos pátios internos dos condomínios, a céus aberto mesmo.
Quase todas as manhãs eu me encontrava com a dita moto. As vezes ela estava à "paisana", sem nada que a destacasse de qualquer outra moto (desculpem os especialistas, mas sou ignorante no assunto marcas e modelos de veículos) já, outras vezes...
Na foto acima ela está travestida em trajes felinos, seu uniforme mais freqüente. Em outras poucas ocasiões ela estava com um traje reptiliano.
Infelizmente nunca vi o piloto da simpática motoca para conferir se ele ornava com seu veículo.

quinta-feira, abril 17, 2008

Uma rena albina

Que Rudolf, que rena do nariz vermelho que nada! O grande barato do Wild Park em Leipzig era essa rena capaz de causar inveja a muito urso polar. Espero que hoje ela esteja bem maior do nestas imagens de 2006. Por acaso alguém aí tem notícias dela?

Esse zôo com animais típicos europeus era bem tranquilo de se visitar. Zôos com animais exóticos "padrão"como elefantes, zebras, leões e macacos atraem mais gente. São mais trabalhados, mas rebuscados para os turistas em geral.
Para o Wild Parrk dá para ir de bicicleta. Este aqui é mais voltado a população da região, com os animais em grandes cercados.Uma vez, procurando o zôo minha esposa e eu nos perdemos e acabamos em outra cidade. São muitas trilhas longas que se bifurcam em diversas direções atravessando a floresta do Klara Park, mas prestando atenção às placas, o passeio não é nenhum quebra-cabeças. É difícil ficar muito tempo (pelo menos nas estações mais quentes) sem que alguém cruze seu caminho também, pois muita gente usa o parque para cortar caminho para cidade. É um passeio bem divertido. Além das renas, alces e javalis (bem fedidos, por sinal) podem ser vistos em áreas reservadas. Tem pássaros também. Mas grandes corujas em gaiolas eu acho muito deprimente. Nada de ursos ou lobos, minha gente. Esses ha muito deixaram de frequentar aquelas paisagens. Sobre os ursos, eu havia comentado aqui. Em breve falo dos lobos.

sexta-feira, abril 11, 2008

Problemas sociais


Um gato de ressaca na sarjeta? O que tem a ver essa imagem? O cartaz com o singelo felino que bebeu todas até cair chama a atenção para o déficit social na Alemanha.

Apesar de ter uma das economias mais fortes da Europa, a Alemanha também tem problemas sociais. Um deles é a falta de emprego. Sejam para os imigrantes vindos do leste europeu, para os jovens ou mesmo os que tiveram dificuldade em se adaptar a Alemanha reunificada. Realizar uma Copa do mundo por lá certamente foi uma maneira de injetar um bom dinheiro no país. A construção civil em especial deve ter ficado agradecida. Na verdade, graças a esse setor, o país é um enorme canteiro de obras. Outro ponto interessante a lembrar é a baixa natalidade que ameaça o futuro. Para evitar que o país envelheça, casais recebem incentivo financeiro do governo para ter mais filhos.

Lá, a família recebe pensão por cada filho (Kindergeld) gerado até o pimpolho completar (apenas) 26 anos. Quem não consegue emprego, também recebe auxílio governamental. Mas muitos, sustentados com esse dinheiro nem buscam trabalho. Uma colega que trabalhava como assistente social me disse que nesses casos eles acabam mesmo é bebendo esse dinheiro. Alguns inclusive ficando sem ter onde morar. Até por ter um cachorro você recebe um auxílio financeiro. Motivo pelo qual todo Punk tem pelo meno um. Mendigos não são cena incomum por lá. Boa parte deles são estrangeiros. Porém só não são tão expostos como no Brasil. Por sinal, o primeiro que avistei foi em pleno inverno, ajoelhado, pedindo moedas em meio a neve... Cena forte, logo na minha primeira viagem. Não estava preparado para isso.
Desigualdade social existe em todo lugar.

quarta-feira, abril 09, 2008

Como no post anterior ...


...faltava a cabeça na imagem, que tal uma pequena, vinda direto de um pára-choque qualquer? Meio tétrico, porém inegavelmente bem-humorado.

domingo, abril 06, 2008

Ah, esses brasileiros - parte 3


Ah, esses brasileiros...fajutos! Durante a Copa do Mundo de futebol em 2006, o comércio de lá lucrou muito com a venda de produtos licenciados. Bandeiras e camisetas venderam que foi uma beleza. Em especial as com motivos brasileiros. Mal sabiam os torcedores do fiasco que viria...
Mas não só a seleção deixava a desejar, em muitos casos a qualidade dos produtos não ficava atrás. Preste atenção nos dizeres da bandeira brasileira. Brasil com "Z" já dói aos olhos, mas o lema "Ordem e Progresso" sofreu num quesito mais original: a separação de sílabas.
Acabou ficando "Ordeme" - "Progres" - "so". Tcs, tsc...
Aproveitando o gancho, deixo a dúvida no ar: se os produtos com a bandeira brasileira são licenciados, quem ganha os royalites sobre eles?

Férias no açougue



Vira e mexe eu posto por aqui alguma coisa referente a animais. Então, que tal um simpático suíno direto da vitrine de um açougue? Ele se espreguiçava completamente a vontade pois, segundo a plaqueta, o dono do estabelecimento se encontrava em férias. Um post singelo para os carnívoros de plantão. A carne de porco é muito apreciada na Alemanha. Vide a grande quantidade de Wurst (salsicha) consumida pela população.

quinta-feira, abril 03, 2008

Papelzinhos de parede - p01



Uma das coisas que eu mais gostava em Leipzig eram as suas paredes poluídas. Era uma coisa muito orgânica e graficamente rica. Intervenção urbana completamente aparentada do que se vê em Curitiba e em outras cidades. Mas lá, muitas vezes as camadas se sobrepõem até ficarem grossas a ponto de quase formar uma segunda parede.

Diferente de Berlim, onde o grafite e a pichação marcam território, o lance em leipzig é colar cartazes, panfletos, anúncios e o que der na idéia em qualquer canto que for interessante. Mesmo ele não sendo visível. Ao longo dos meses montei um acervo bem interessante de imagens desse fenômeno urbano tão peculiar, que dá um toque de humor e fala um pouco da personalidade da cidade. Aos poucos vou compartilhando aqui. Não importa onde, os papéis de parede sempre tem uma unidade, uma identidade toda própria. Há um termo para designá-los. Mas ele me escapa no momento. Alguém aí lembra?

quarta-feira, abril 02, 2008

Hoje - em Curitiba


É o lançamento do meu novo livro: Quadrinhofilia.
O lançamento é da editora HQM e tem o projeto gráfico assinado pelo designer Liber Paz. Dividem a roteirização comigo ABS Moraes e Gian Danton, além do texto de Fernanda Baukat, na HQ que abre o livro.
É uma coletânea das histórias que considero as mais significativas em minha trajetória. Não há um só estilo ou proposta. A busca de uma boa história é o que une esse material.

Em meio as 14 HQs que formam o livro, ha duas que podem interessar os frequentadores deste blog: "Quadrinhos em outras Bandas (Desenhadas)" onde faço o relato de minha primeira viagem à Europa e conto sobre meus primeiros contatos com o mercado alemão de quadrinhos e "O Gabinete do Dr. Caligari" onde adapto para as HQs o clássico filme expressionista alemão, com texto de Gian Danton. O personagem do sonâmbulo Cesare é o rosto em destaque na capa.

No lançamento a Itiban Comic Shop estará fazendo uma promoção: 10 % de desconto na compra de Quadrinhofilia e 20 % de desconto para quem levar "QUADRINHOFILIA" + "FOLHETEEN" ( meu álbum publicado ano passado pela Ed. Devir)
Se você estiver em Curitiba, está mais que convidado!
Data: 02/04

hora: 19 hs

local: GIBITECA DE CURITIBA-Solar do Barão

Rua Carlos Cavalcanti, 533

Informações: 41-3321-3250

41-3232-5367

APOIO: FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA, ITIBAN COMIC SHOP e PADARIA AMÉRICA



Para conferir o preview do livro, visite meu site oficial, clicando aqui.

Quadrinhofilia tem 96 páginas e custa R$ 29,90 nas bancas e livrarias. Está sendo distribuído nas bancas do Rio de Janeiro e São Paulo. No resto do Brasil em Comic Shops e livrarias. No site da editora o livro pode ser adquirido por R$22,40. Clique aqui.