Como foi a abertura de Uma viagem pelo povo da Alemanha?

Ontem o dia amanheceu feio. Céu nublado e ameaça de chuva. O clima foi melhorando e, até a hora da abertura da exposição no Centro de Criatividade de Curitiba, o sol foi dando o ar de sua graça. O porquê de tanta preocupação com o clima vinha do fato dessa exposição estar montada ao ar livre. Mesmo estando em área coberta, vento e chuva costumam ser um incômodo que espanta potenciais visitantes. Além dos amigos que compareceram, os passantes que passeavam pelo parque e alunos das oficinas de artes que são realizadas por lá estiveram presentes. Enfim, já em sua abertura a exposição contou com monitoria. Coisa raríssima de acontecer.
Conversei com muita gente curiosa, inclusive com uma mulher que, mesmo tendo visto toda a exposição (creio eu) veio me cumprimentar achando que as pessoas retratadas eram daqui:
"Eu vi as pessoas de casaco e pensei que fosse o inverno curitibano"- disse ela.
Enfim, nem sempre um banner enorme e um painel de abertura são visíveis. Mas quem sou eu para falar mal da percepção alheia? Eu já protagonizei episódios muito mais constrangedores que não vem ao caso mencionar. Vale a pena mencionar que estarei de volta lá no dia 04 de dezembro para a inauguração da Casa da Leitura. A intenção inicial era abrir a exposição junto a inauguração do novo espaço, mas imprevistos fazem parte do processo. De qualquer maneira, Uma Viagem pelo povo da Alemanha fica em exposição até fim de janeiro de 2009, com um pequeno lapso durante as festas de fim de ano, quando o espaço fica fechado ao público. Depois essa mostra se une com a que está em exposição no Goethe-Institut e segue viagem para outras localidades. Para você que vai estar em Curitiba nos próximos dois meses segue a dica do passeio: visite o belo parque São Lourenço e prestigie a exposição. Aproveito e deixo um abraço especial para os amigos Cassios, Luis, Fabio, Ivan, Paixão, Andrei e para os meus ex-alunos que trocaram as bolas: ou indo para a mostra do Goethe ou indo para esta abertura no período da tarde, quando eu já não estava mais lá. Ah, a percepção de que falei acima...

Montagem 2008-p02

Ok, depois da festa da abertura da primeira mostra, chegou a vez de por a casa em ordem para a exposição que abre no fim de semana. Hoje foi dia de montar os painéis de Uma viagem pelo povo da Alemanha.Confira algumas imagens para ter uma idéia de como é mais complicado montar uma exposição ao ar livre. A exposição abre no sábado, dia 22 as 10h30 no Centro de Criatividade de Curitiba no Parque São Lourenço (Rua Mateus Leme, 4700).Amanhã estarei pela manhã recebendo as pessoas e autografando meus álbuns de quadrinhos Folheteen e Quadrinhofilia. Caso voce não possa comparecer no evento, saiba que a exposição ficará aberta ao público até fim de janeiro de 2009.
Horário: de segunda a sexta-feira, das 9h às 22h, sábados e domingos das 9h às 18h.
Ah, sim, a entrada é franca.

Como foi a abertura de Uma viagem pelos lugares da Alemanha?

Muito, muito legal. Ontem o Goethe-Institut Curitiba ficou cheio de gente curiosa. Nunca numa exposição expliquei tanto sobre o meu trabalho. Todos queriam saber sobre as técnicas que usei nas ilustracões e os lugares retratados. Amigos, alunos, colegas, curiosos e passantes alegraram o ambiente e não me deram tempo para desfrutar o coquetel que me contaram estar delicioso. Enfim, a exposição instigou a todos e tentei ser um bom guia para os presentes. Não poderia estar mais contente.

Pessoalmente confesso que não consigo mais olhar direito para as imagens. Não consigo focá-las. Preciso de um distanciamento por enquanto. Ao olhá-las nas paredes nem parece mais que fui eu quem as fez. Mas é uma sensação boa de que mais uma etapa foi vencida, mesmo eu não tendo feito tudo o que me propus. Tempo, espaço físico e imprevistos no percurso sempre deixam o trabalho incompleto. Nós é que decidimos que chegou a hora de parar (ou dar uma pausa) nesse processo orgânico e impreciso que é ir tocando um projeto pessoal aos poucos.

O que acontece no fim é sempre uma surpresa. Imagine então a minha quando um rapaz alemão me aponta uma das imagens da cidade de de Passau, na Bavária, e me diz: "Esta é a minha rua. Eu moro neste prédio". São momentos surreais assim que valem a pena. Eu tinha uma lista de imagens de Passau que queria ilustrar, mas não tive tempo habil de finalizá-las para essa exposição. E fui logo desenhar a rua onde mora Daniel, um estudante de intercâmbio presente na abertura. Enfim, o mundo me parece cada vez menor... Na imagem acima estou com a Dra. Claudia Roemmelt, diretora do Goethe-Institut Curitiba e com Beto Lança, da Fundação Cultural de Curitiba, a quem agradeço por todo o apoio dado a Reisetagebuch este ano. Abaixo comigo estão Nereide Custódio, Maristela Garcia (da Gibiteca de Curitiba), Adriano Loyola (quadrinista), Marili Azim e Roberto Alves (ambos da Coordenação de Artes Visuais da FCC).Sábado tem mais uma abertura, agora ao ar livre. É esperar que não chova e que mais uma bela confraternização aconteça. Sábado quase sempre chove em Curitba. Quase...

Na Imprensa - Destaque no Jornal Gazeta do Povo

Saiu hoje aqui em Curitiba, no Caderno G da Gazeta do Povo, uma matéria sobre as exposições de Reisetagebuch que abrem esta semana. Clique na imagem para ampliar.

Uma viagem pelos lugares da Alemanha abre hoje!

Se você está em Curitiba, está mais que convidado para a abertura da exposição às 20h na sede do Goethe-Institut, na Rua Reinaldino S. de Quadros 33, ao lado da Praça do Expedicionário.

E, lembrando, no sábado abre a segunda mostra do projeto Reisetagebuch. Para saber mais do projeto desfrute os posts anteriores e acesse a galeria aqui.

Um grande abraço!

Na Imprensa - Blog do Jornal O GLOBO

Saiu hoje uma pequena entrevista comigo no blog Gibizada do jornal O Globo. Reproduzo aqui o texto, cortesia do jornalista Telio Navega, um dos grandes divulgadores dos quadrinhos na internet.

José Aguiar duplamente exposto

Autor dos álbuns "Folheteen" e "Quadrinhofilia", o quadrinista curitibano José Aguiar estréia duas exposições em sua cidade esta semana. Na quinta-feira, a partir das 20h, no Goethe-Institut (Rua Reinaldino S. de Quadros 33), é a vez de "Uma viagem pelos lugares da Alemanha". E no sábado, a partir das 10h30m, no Centro de Criatividade de Curitiba (Parque São Lourenço), "Uma viagem pelo povo da Alemanha". José Aguiar, que venceu o último Prêmio HQ Mix na categoria "Site de autor", estará autografando seus livros no Parque São Lourenço. Por email, ele dá mais detalhes ao Gibizada:

Por que duas exposições?

Realmente é uma experiência interessante essa de dividir um mesmo projeto em dois espaços distintos. A decisão se justifica porque este ano contei, além do Goethe-Institut (que me premiou com uma bolsa para ir à Alemanha em janeiro passado), com o patrocínio da Fundação Cultural de Curitiba, que se interessou pelo projeto "Reisetagbuch" (caderno de viagem, em alemão), me oferecendo um de seus espaços e custeou a impressão do material nele exposto. Na sede do Goethe-Institut temos uma exposição mais tradicional, em ambiente fechado, com as imagens expostas nas paredes. O espaço da Fundação (o Centro de Criatividade de Curitiba) é ao ar livre, junto a um dos mais belos parques da cidade, o São Lourenço. Devido a essa particularidade, as imagens foram adesivadas em suporte rígido, numa escala maior do que as do Goethe, que são no tradicional formato A3. Tematicamente, o Goethe ficou com a exposição que retrata lugares que visitei e me marcaram. E no Centro de Criatividade eu exponho os tipos humanos que encontrei pela Alemanha: crianças, jovens, idosos... São 32 imagens no Goethe-Institut e 31 no Centro de Criatividade e as duas mostras estarão abertas ao público até o fim de janeiro. Depois, ambas se tornam uma só.

Pretende levar as exposições para outras cidades?
O Instituto Cultural Germânico em Niterói-RJ (onde expus "Quadrinhofilia" este ano) irá receber a exposição completa em 2009. A intenção é levar a exposição a outros espaços culturais do país, às demais sedes do Goethe-Institut, dentro e fora do Brasil, e também para festivais de quadrinhos. E já tenho convite oficial da Universidade de Passau, na Baviera, para levar a exposição à Alemanha no ano que vem. Mas o meu maior objetivo é levar "Reisetagebuch" ao papel. Gostaria muito de fazer algo semelhante ao belíssimo material da coleção "Cidades Ilustradas", da Editora Casa 21, com mais textos e também quadrinhos. Algo semelhante ao que faço no blog do projeto. Para isso eu busco editoras e empresas interessadas em apoiar financeiramente a continuidade do projeto, pois aos poucos ele está ganhando visibilidade dentro e fora do Brasil.

Já deu para aprender a língua alemã?
Um pouquinho eu já entendo. Às vezes, até pego algum erro tolo nas legendas dos filmes! O falar está um pouco melhor. Aos poucos se perde o medo. Mas a minha gramática ainda está devendo. Mas é um idioma difícil esse alemão. Somente com muita dedicação e, se possível, imersão pode-se realmente dominá-la. Coisa que as profissões de quadrinista e ilustrador nem sempre permitem. Para entender melhor essas dificuldades, convido a todos a conhecerem (e comentar) meu blog do projeto, que nada mais é do que um rascunho do livro que pretendo publicar. Nele há depoimentos meus, fotos e rascunhos não aproveitados nas exposições.

Para conhecer o trabalho de Télio no Gibizada, clique aqui.

Montagem 2008-p01

Ontem foi dia de montar a exposição Uma viagem pelos lugares da Alemanha na sede do Goethe-Institut Curitiba. Como sempre, o aparentemente simples ato de pendurar as obras na parede não foi simples. Tampouco rápido. Não fosse a ajuda de Siegmar, personagem das fotos e responsável pelo espaço ha quase 20 anos, teria demorado muito mais. Quem faz as imagens ( no caso o distinto aqui) normalmente não leva em consideração pequenos desafios anexos como a impressão, montagem dos painéis, medição, colagem, disposição, enfim, a instalação das mesmas... mas é uma fase gostosa do projeto da qual só se lembra na última hora.
Falando em lembretes: a exposição, a primeira da semana, abre amanhã (quinta-feira, dia 20) às 20h na rua Reinaldino S. de Quadros 333, ao lado da Praça do Expedicionário, em Curitiba. Você que está na cidade está mais que convidado para o coquetel! Você que vem a Curitiba até o fim de janeiro também poderá conferir a mostra.
Sexta-feira é dia de montar a outra exposição, no Parque São Lourenço. Depois conto como foi.

Começa Quarta, dia 20 de Novembro!!

Essa palavra estranha, que se pronuncia “Ráize-tague-burrr” quer dizer caderno de viagem em alemão. É ela que dá nome ao projeto que venho desenvolvendo desde 2006, quando tive a oportunidade de residir na Alemanha pela primeira vez. Neste mês de novembro estarei abrindo duas mostras com ilustrações sobre minhas viagens pela terra que costumamos associar a cerveja e salsicha. Em ambas as exposições procurei retratar coisas pitorescas, mas fora desses esterótipos mais comuns. Afinal, é um caderno de viagens, mostrando o que mais me chamou a atenção por lá. Você que lê este blog sabe bem do que estou falando. Apresento em dois diferentes espaços culturais de Curitiba meus pontos de vista sobre aspectos distintos da Alemanha: seu povo e seus lugares.Anote em sua agenda as datas de abertura de ambas as mostras, pois conto com sua presença:

Dia 20 de novembro (quinta-feira, à partir das 20h)

No Goethe Institut (Rua Reinaldino S. de Quadros,33), vernissage da exposição Uma viagem pelos lugares da Alemanha.

Dia 22 de novembro (sábado, à partir das 10h30)

Abertura de Uma viagem pelo povo da Alemanha no Centro de Criatividade de Curitiba, no Parque São Lourenço. Com sessão de autógrafos dos meus álbuns de quadrinhos Folheteen e Quadrinhofilia.

Depois de Curitiba, onde ambas as exposições permanecem em cartaz até o fim de janeiro do ano que vem, os trabalhos serão reunidos numa só mostra que seguirá para outras cidades não só do Brasil, com da própria Alemanha. Niterói, no Rio de Janeiro e Passau, na Alemanha já estão no roteiro da exposição. Novas cidades serão confirmadas nas próximas semanas.

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WM não é um carro e Pelé não aparece à toa neste post. Ele surgia em todos os intervalos dos jogos da WM (Fußball-Weltmeisterschaft) em 2006 para saudar as cidades com seu inglês intraduzível. Pois não é que naquele ano eu tive a oportunidade de estar em minha primeira Copa do Mundo? E quem diria: a dita iniciou justamente no dia de meu aniversário.Na época, um amigo me escreveu do Brasil algo mais ou menos assim: "LOGO VOCÊ, AÍ?"

Sim, o comentário descaradamente com dor-de-cotovelo vinha do fato de que eu, que sou assumidamente um não-torcedor estava lá, no olho do furacão. Saracoteando em praça pública e assistindo aos jogos de graça no telão em meio as torcidas rivais. Detalhes eu conto depois. Fique com uma imagens dos torcedores alemães que faz parte de uma das exposições de Reisetagebuch que abre semana vem.

A menina de cara quadrada

Eram poucos os frequentadores da Biblioteca Albertina que eu via com certa freqüência. Um deles era a "menina-de-cara-quadrada". Mas eu nunca conseguia um bom ângulo para registrar seu rosto peculiar. Além do mais minha intenção (pois eu não era estudante da universidade) era passar o mais desapercebido possível.

Mas sempre que eu estava em vias de registrar a moça, ela me encarava e lá se ia minha coragem. Pode parecer tolo, mas olhos azuis gélidos encarando você num semblante sempre sério não dão muita margem para se correr riscos. Vai que ela me achava um psicopata ou ela era uma...

De qualquer forma, cheguei a fazer uns rabiscos esquemáticos da dita moça. Eu nem lembrava mais dela. Encontrei-a em meio a outros rostos num caderno, minutos antes de fazer o post. Incrível como nos esquecemos facilmente de pequenas obsessões.

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Fer, a minha esposa, participou de uma disciplina de performance teatral na Universidade de Leipzig. Quando podia, eu acompanhava os bastidores. O exercício era muito bacana pois eu tinha que desenhar muito rápido enquanto os atores ensaiavam suas coreografias, Eram desenhos que às vezes não levavam mais que um minuto para seram feitos. Esses desenhos renderam minha primeira exposição além-mar. Mas posto fotos disso depois. Por hora quero mostrar alguns dos desenhos.

Comodidade...

Máquinas com cigarro ou mesmo doces são comuns de se encontrar pelas ruas alemãs. Aqui no Brasil essas geringonças são mais raras e normalmente ficam na área interna de laguma loja ou shopping pelo recieo de depredação. As da Alemanha fazem parte da paisagem, tão integradas que parecem ser totalmente ignoradas pelos passantes. Cá entre nós: você teria coragem de comprar algo para consumir dessas maquininhas aparentemente tão bem conservadas?

Armadura...

Onde mais no mundo eu encontraria ao vivo uma armadura com um bigode tão simpático? Este singelo traje de combate se encontra no Stadtgeschichtlichen Museum na Altes Rathaus (prefeitura velha) de Leipzig, exposta junto a outras relíquias de tempos em que a cota de malha andava em alta.Clique, amplie e tente imaginar o quanto isso devia ser confortável.

A Biblioteca Albertina ..

...foi o lugar onde passei mais tempo em Leipzig com certeza. Eu gostava de lá por motivos variados: a arquitetura, a internet gratuita, a boa comida da cantina em frente e, claro, o desfile de tipos humanos que eu rabiscava diariamente. Alguns desenhos eu incorporei nas ilustrações "oficiais" de Reisetagebuch. Outros, como o rabisco que fecha este post, eu vou disponibilizando aos poucos aqui no blog.

Sven...

...é o nome do dono do quarto que alugamos para nosso semestre em Leipzig. De vez em quando ele se materializava por lá. A primeira vez foi para tentar instalar a bizarra internet em meu laptop. Tudo o que ele conseguiu foi travar o Photoshop. Passei o semestre usando a internet wireless da biblioteca da universidade, mesmo não sendo aluno. Outro contratempo técnico foi meu scaner que quebrou durante a viagem. Ficou embaixo da cama, de lembrança para Sven. Por sinal, o único Sven que conhecia até então era o primo do gato abobalhado Stimpy da excelente série animada Ren & Stimpy. Personagem que por sinal era alemão ou coisa que o valha! Para mim o Sven sempre será o "Primo Sven", a figuraça aí do lado.

Vista noturna

Durante os meses em que estive produzindo imagens para Reisetagebuch voltei várias vezes para meus esboços antigos e fotos. Essas mesmas que andei postando neste blog. Eu nem lembrava mais deste que foi minha primeira tentativa, durante a noite de 12 de março de 2006, de desenhar a vista da minha janela enquanto a neve caía e nós estávamos confinados sem ter como sair. A neve continuava bela, mas a ansiedade deve ter me tomado conta. O que deve também explicar um pouco das cores expressionistas desse desenho feito a canetinhas.

O Primeiro Desenho...

O Primeiro desenho que fiz ao chegar na Alemanha não foi nenhuma paisagem, nenhum habitante caricato. Foi minha esposa. Se não fosse por ela eu não estaria lá. Nem aqui hoje. O primeiro desenho foi especial por ser algo pessoal. Lá fora nevava, era nosso segundo dia naquele país novo e diferente. O pouco que vimos até então foi através de janelas: do avião, do carro, do quarto... Ela havia me perguntado no dia anterior se eu estava frustrado por estar o maior sol. Eu não estava. Mas confesso que, nesse dia, quando começou a nevar, fiquei muito feliz. Acho que era talvez a única pessoa feliz graças a isso numa cidade que não aguentava mais neve ha uns bons 05 meses. Afinal, era minha primeira vez com esse gelo que chove. Os alemães que me perdoem.

Pequeno Making-off arquitetônico

Eis uma das ilustrações que fazem parte de Reisetagebuch. Sei que não esclarece demais sobre o processo. Clique, amplie e se divirta com os detalhes didaticamente dispostos em três etapas. Mas esse pequeno esquema já dá uma idéia geral de como se originou a imagem. A paisagem urbana de Leipzig foi a inpiração dessa miscelânea arquitetônica. Prédios austeros, alguns reformados e outros não tão bem conservados aparecerem nessa colagem. Uma das primeiras coisas que me fascinou na paisagem alemã foram seus prédios baixos em quarteirões imensos que formam paredões ordeiros como muralhas.

Reisetagebuch a caminho...

Chegaram hoje da gráfica os convites para as exposições de Reisetagebuch. Eu falei no plural? Sim, você não se enganou. Semana que vem começa nova etapa no projeto! Reisetagebuch segue a caminho. Via e-mail e via correio para convocar a todos!

De Volta após longo inverno...

Se você costumava acessar este blog deve ter notado com certa tristeza que desde maio as coisas andavam paradas por aqui. Enfim, foram 05 meses sem atualizações. Mas não pense que por causa disso estive parado. Os compromissos profissionais foram tomando meu tempo e meu outro blog (www.joseaguiar.com.br/blog) ilustrado com meus trabalhos comerciais acabou me ocupando mais do que o esperado. Mas falta de tempo (às vezes) pode ser um bom sinal. Sinal de que não se está parado. E Reisetagebuch não esteve parado. Longe disso...
Semana que vem mais uma etapa no projeto será vencida. Mas disso falo no post seguinte.

Ah, sim, o desenho que ilustra o post é minha auto-caricatura. Na verdade é um retrato bem fiel de meu primeiro inverno em solo germânico.
Bem-vindos de volta. Você e eu.

Concorrendo ao TROFÉU HQMIX

Foram divulgados os indicados para a 20ª edição do Troféu HQMix, a principal premiação de quadrinhos do país. O HQMix é organizado pela ACB (Associação dos Cartunistas do Brasil) e pelo Imag (Instituto Memorial das Artes Gráficas do Brasil). Cerca de 1.200 pessoas ligadas à área de quadrinhos votam por e-mail em 46 categorias. A premiação deste ano ocorre no dia 23 de julho, no Sesc Pompéia, em São Paulo.

Neste ano estou concorrendo em duas categorias: melhor site ( www.joseaguiar.com.br) e também como melhor exposição com Viajando em Quadrinhos pela França e Alemanha, que foi feita no Centro de Cultura França e Alemanha em Icaraí, Niterói. Nela eu reuni minhas HQs da série Ernie Adams e meus primeiros trabalhos do projeto Reisetagebuch.

É o segundo ano em que sou indicado nessa categoria pois no ano passado concorri com a exposição Quadrinhofilia. Eu tinha esperança que meu álbum Folheteen fosse indicado em alguma categoria, mas a concorrência ano passado foi muito forte, pois tivemos excelentes álbuns de autores nacionais sendo publicados. O que é um ótimo termômetro de como vivemos um momento de efervescência no mercado nacional de quadrinhos.

Dois projetos coletivos em que participei também foram indicados: a exposição “Oscar Nyemeyer” que aconteceu em Belo Horizonte no 5 FIQ ( Festival Internacional de Quadrinhos) e a comemoração dos 25 anos da Gibiteca (indicada como melhor evento de 2007) . Enfim, eu não poderia estar mais contente!

Puxando a sardinha para o lado dos autores curitibanos (ou radicados aqui), uma turma respeitável de vizinhos também foi indicada: Bennet, Solda, Marco Jacobsen, André Calliman, Leonardo Melo e sua revista Quadrinhópole. E, para coroar , o grande homenageado da premiação será Cláudio Seto, um dos pioneiros do mangá brasileiro e meu ex-professor na Gibiteca de Curitiba.

Agora é fazer figa para que todo mundo volte para casa com o caneco, ou melhor, uma estátua em formato samurai, para casa. A estatueta é uma homenagem a um personagem de Seto.

Para conferir a lista completa dos indicados, acesse o Blogdosquadrinhos clicando aqui.

Die Rasen Spieler..

Esses surreais homens feitos de grama com uniformes antigos vem de meus arquivos da Copa do mundo de 2006. Não há muito o que dizer desses seres surrais que faziam parte de uma exposição oficial da Fifa, além de que, da maneira como estavam expostos mais pareciam saídos de alguma ficção científica B dos anos 50.
Outra peça muito interessante era uma mesa onde você podia escutar xingamentos futebolístico em diversos idiomas. Erta só clicar no botão correspondente ao país de onde provinha a melodiosa maledicência...Inexplicavelmente não havia em português. Uma pena, não?

Um dia que dá trabalho...

Primeiro de maio no Brasil é Dia do Trabalho e, claro, feriado.
Mas na Alemanha é um dia estranho. Pelo menos em Leipzig e em algumas outras cidades alemãs é um dia onde a polícia tem um trabalho tremendo. Em 2006 eu não sabia, mas esse é o dia da "Demonstration": Passeata onde os neonazistas se encontram no Leipzig Hauptbhanhoff (a estação de trem) vindos de diversas cidades da região para desfilar pela cidade o seu apreço pelas idéias de Hitler e cia.

Sim, se você, como eu achava que neonazis eram apenas uma meia-dúzia de desmiolados, saiba que eles são uma grupo bem maior do que supeitávamos. Não pense apenas em skinheads, vi fotos inclusive de famílias nos jornais daquele ano.
Mas nem tudo está perdido. Muita gente se movimenta contra esses ideais. Tanto que em 2006 o pessoal de Leipzig conseguiu impedir a passeata de sair pela cidade.

Pela ansiedade que vi na cidade, o clima não era dos melhores e a população não ficava de bobeira na rua. Para você ter uma idéia, em cada esquina do trajeto que os neonazis fariam (não estou exagerando) havia um camburão com 06 policiais dentro. Sem falar nos muitos helicópteros circulando.
Sem falar nas barraquinhas que distribuíam botons contra aquela demonstração que eu julgava antes impensável de existir.

A imagem deste post é de um dos vários cartazes espalhados naquele ano pela cidade, incitando o povo contra a manifestação de 1 de maio. Felizmente esse movimento também tem muitos adeptos. Tanto que naquele ano, conseguiram impedir a passeata de seguir cidade adentro.

Vida de Cão

Eu já havia comentado aqui que existe um benefício por parte do governo alemão para quem tem um cão. Muito popular entre os punks em especial. Mas falemos do cães em geral e de sua vida em terras germânicas. Um mistério que me fascina é: como é ter um cão enorme em seu apartamento durante todo o inverno? A maioria dos caninos que vi circulando por lá é de um tamanho considerável.

Pelo que pude notar, há uma preferência pelos "modelos" de pêlos mais longos. No inverno a quantidade de cães passeando por aí não é muito grande. Mas a partir da primavera os gramados passam a ser cobertos de cocô colorido, fruto de muita ração: sinal que começou o desfile dos cães e seus orgulhosos donos. Lá eu não vi ( mas isso não quer dizer que não existam) nenhum cão de vira-lata pois, na minha opinião, eles não sobreviveriam a duas coisas:

1. Aos rigores do inverno.
2. A separação do lixo em containers que eles não conseguiriam ter acesso em busca de comida.

E, já que os mascotes passam boa parte do ano confinados com seus donos, nada mais natural que eles sejam bem comportados pois são encaminhados para escolas de adestramento ainda folhotes. Raramente vi algum latir. Fora os tradiconais casos de estranhaento entre eles, os bichos são muito quietos e obedientes. Só vi dois fora da guia, mas sobre eles conto no fim do post...Sempre há algum amarrado no poste, sentado a espera do dono com cara triste ou resignada. Mas em alguns lugares públicos eles entram numa boa. No transporte público eles são figura recorrente. Até em livraria já esbarrei com cães, como prova a imagem acima. As pessoas não ligam. É normal.

Mas uma vez no metrô de Berlim, numa tarde chuvosa, entrou no vagão uma mulher acompanhada de seu encharcado amigo. O trem, claro, estava lotado. As pessoas, claro, foraram um círculo para manter uma distância aceitável daquele cheirinho de cachorro molhado. Era uma cena bem patética, com todo mundo tentando educadamente ignorar a presença do bicho sem expressar seu descontento. Mas as expressões de alívio quando mulher e cão saltaram duas estações depois foram impagáveis...
Enfim, pessoas e cães se dão muito bem por lá, salvo excessões. Veja a acima, tirada da vitrine de outra livraria: o aviso para não defecar na entrada é um lembrete aos donos que às vezes esquecem que seus simpáticos mascotes deixam lembranças coloridas e desagradáveis onde não deviam. Eu já havia comentado que minha rua era cheia dessas lembranças, não? Noutra loja, havia um pincher empalhado junto a plaquinha que dizia ser proibida a entrada de cães no estabelecimento. Essa eu lamento muito não ter fotografado...

Mesmo com toda a educação canina, minha esposa e eu passamos dois sustos com os cachorros germânicos: o primeiro foi quando fizemos um picnic no parque. Um grandalhão veio na direção dela e rosnou para o sanduíche. Ela jogou longe e ele abocanhou o dito de uma vez só. o segundo foi quando passeávamos no bosque com uma amiga e um veio correndo de longe e ficou nos circulando. Felizmente em ambos os casos os donos chamaram seus cães de volta. Sim, eram esses os cães que passeavam fora da guia que citei antes...
Enfim, cão é cão em todo lugar e sempre é bom tomar cuidado.